| Atendendo ao valor social e económico das bibliotecas municipais, como espaços públicos de cultura, informação, socialização, lazer e aprendizagem, o trabalho colaborativo entre estes equipamentos valoriza os serviços já existentes permitindo ao mesmo tempo a inovação em serviços culturais, sociais, educativos e formativos capazes de responder às necessidades das comunidades, reduzir assimetrias sociais e capacitar os diferentes públicos para a revolução digital
Na construção de uma visão partilhada e orientada para um serviço público de qualidade, através da promoção de políticas públicas focadas nos impactos, a colaboração assume-se como uma necessidade cada vez mais importante para responder eficazmente aos atuais desafios da sociedade, seja no combate à iliteracia, à exclusão social, ao isolamento das comunidades, à pobreza ou ao desemprego.
A colaboração pressupõe uma interdependência entre as partes e a assunção conjunta das responsabilidades, maximizando os recursos disponíveis, mas também a partilha de riscos e a consequente minimização da exposição individual. Por outro lado, a aprendizagem mutua e uma maior eficácia, o ganho de escala e de unidade, contribuem para a maximização do impacto e da confiança dos cidadãos relativamente a um serviço ou a uma política.
O desenvolvimento de processos colaborativos corresponde assim a melhores serviços, aliados a uma redução de custos e a uma maximização dos resultados. O facto do processo colaborativo exigir às entidades envolvidas o estabelecimento de uma base comum de trabalho e o acordo numa visão conjunta para serem capazes de desenvolver mecanismos de avaliação de necessidades e de quantificação da dimensão das iniciativas a implementar, induz necessariamente à capacitação para definir objetivos específicos, metas e a definição de um plano de ação, não esquecendo a importância de definir metodologias de avaliação comuns. A partilha de riscos e de recursos na implementação de serviços inovadores em contextos de complexidade e de incerteza incentiva e propicia a colaboração.
Assim, naquilo que é a missão da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) pretende-se promover, junto das bibliotecas públicas e por todo o país, o apoio à criação de Redes Intermunicipais de Bibliotecas Públicas capazes de, mantendo a individualidade de cada unidade, fomentar as parcerias e o trabalho colaborativo, reforçar a identidade regional, a coesão territorial e a incentivar a uma cidadania ativa através da disponibilização de serviços e recursos à comunidade capazes de promover as literacias, a participação cidadã e a inclusão social, combater a desinformação, o isolamento e o despovoamento dos territórios. Desde 2017, numa aposta consciente na colaboração que vai além do estabelecimento de parcerias com organismos e entidades consideradas pertinentes para o âmbito da suas atribuições, a DGLAB adotou uma estratégia de incentivo e apoio à criação e formalização de Redes Intermunicipais de Bibliotecas Públicas no seio das Comunidades Intermunicipais (CIM)/Áreas Metropolitanas(AM).
A estratégia da DGLAB passa por reforçar a visão das bibliotecas públicas como equipamentos de proximidade, com valências culturais, informativas, sociais, formativas e de cidadania, através do fortalecimento e da afirmação do seu papel como elementos essenciais para a coesão social no território e para o fomento das literacias. Estas Redes Intermunicipais de Bibliotecas Públicas, organizadas em Grupos de Trabalho constituídos pelos técnicos responsáveis por cada biblioteca, e em cooperação com as CIM/AM, pretendem aumentar a qualificação e desenvolver serviços capazes de responder eficazmente às necessidades das populações. Neste âmbito, a DGLAB apoia as redes de bibliotecas na definição de normas de trabalho comuns, na promoção de hábitos de trabalho colaborativo, e adoção de estratégias conjuntas e concertadas capazes de assegurar a sustentabilidade dos serviços e a racionalidade da gestão dos recursos envolvidos. Reforçando o papel das bibliotecas junto das comunidades, pretende-se, como fim último, contribuir para a redução das desigualdades e das assimetrias nacionais através do aumento da utilização dos recursos e serviços que as bibliotecas públicas disponibilizam para valorizar e desenvolver os territórios.
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