Todos sabemos que os livros e outros documentos são preciosos e, se por vezes já não os usamos e queremos partilhá-los com outras pessoas, a solução mais evidente será a de os oferecer à biblioteca municipal da nossa comunidade que, muitas vezes, até promove campanhas nesse sentido.
Para muitas bibliotecas é uma oportunidade de enriquecerem as suas coleções e diversificarem a oferta mas, dependendo do que é oferecido, e mesmo com a maior boa vontade com o tenha sido feito, por vezes torna-se num problema para a gestão das coleções que se pretende que continuem a ser pertinentes, atuais e plurais.
Assim, as bibliotecas públicas devem acautelar, junto das respetivas tutelas, o direito de aceitar apenas as ofertas, doações e legados de documentos que se enquadrem nos critérios definidos na sua política de desenvolvimento de coleções. Para isso, é fundamental a existência de um regulamento ou de normas escritas aprovadas pela tutela, onde estejam claramente definidos critérios e condições que suportem e salvaguardem a decisão de uma biblioteca, ou rede de bibliotecas, de aceitar ou não determinada oferta, doação ou legado.
Com o objetivo de apoiar a elaboração destes critérios, a DGLAB publicou um
Guia de Gestão de Coleções onde dedica um capítulo a esta problemática: "
Critérios e condições para a aceitação de ofertas, doações e legados".
Nos critérios e condições gerais para aceitação de documentos incluem-se:
- Obras impressas de ficção e não-ficção, em bom estado de conservação, com uma estimativa de procura elevada;
- Livros técnicos (obras impressas), não muito especializados, com data de edição recente e em bom estado de estado de conservação;
- Obras com um valor intrínseco para o fundo local;
- Obras raras ou especiais incluindo documentos com valor histórico;
- Coleções de jornais e revistas com relevância para a comunidade, incluindo coleções completas de periódicos locais inexistentes nas outras bibliotecas da rede ou em suporte digital;
- Documentos sonoros, audiovisuais e multimédia originais, em formatos não descontinuados, ou em vias de o ser, em bom estado de conservação e dependendo da procura existente.
Não deverá ser aceite o seguinte tipo de documentação:
- Obras impressas em mau estado de conservação, nomeadamente rasgadas, incompletas, sem capa, sujas ou amarelecidas;
- Obras impressas que se encontram digitalizadas e acessíveis online gratuitamente (ex. obras da Biblioteca Nacional Digital);
- Documentos multimédia desatualizados, em mau estado de conservação, designadamente riscados, partidos ou sem o respetivo invólucro;
- Manuais escolares;
- Bibliografia especializada, nomeadamente manuais de Ensino Superior, editados há mais de 10 anos;
- Periódicos correntes;
- Periódicos não correntes sem interesse para a comunidade local;
- Cassetes áudio e vídeo;
- Programas informáticos em formatos não legíveis;
- Documentos fotocopiados;
- Obras de referência;
- Documentos sonoros, audiovisuais e multimédia originais, em formatos descontinuados;
- Cópias de documentos multimédia.
Pode consultar o Guia com estas e outras considerações, na página da
documentação disponibilizada pela DGLAB.
Imagens: Bibliotecas Municipais de Lisboa e Biblioteca Municipal de Portimão