Criado em 1949, o Manifesto proclama a crença da UNESCO nas bibliotecas públicas como uma força viva para a educação, cultura e informação, e como um agente essencial para a promoção da paz e do bem-estar através das mentes de todas as pessoas. O Manifesto é um poderoso instrumento de advocacia das bibliotecas, devendo ser posto em prática localmente e em larga escala.
Considerando as mudanças quer na tecnologia, quer na sociedade, desde 2020 que a IFLA e o Programa de Informação para Todos da UNESCO (IFAP) têm colaborado no sentido de atualizar a versão de 1994 deste Manifesto, para que reflita as realidades e a atual missão das bibliotecas.
Esta nova versão, de 2022, lançada no âmbito do 87º Congresso da IFLA, considera as áreas prioritárias do IFAP (literacia da informação, acesso à informação, preservação da informação, ética da informação e informação para o desenvolvimento e multilinguismo) e defende as bibliotecas como agentes do desenvolvimento sustentável através da disponibilização de espaços acessíveis ao público para a troca de informação, partilha cultural e promoção da participação cívica. Destaca a sua missão de inclusão, acesso e participação cultural de grupos marginalizadas, povos indígenas e pessoas com necessidades especiais e reflete ainda o papel da biblioteca pública como facilitadora do acesso, produção, criação e partilha de conhecimento, incluindo do acesso remoto e digital à informação e a outros materiais, bem como do acesso necessário a competências e à conectividade para combater a exclusão digital.
É também enfatizado o desenvolvimento e promoção da literacia digital, dos media e da informação como forma de capacitar sociedades democráticas informadas, ao mesmo tempo que reafirma as bibliotecas como sustentação de sociedades do conhecimento saudáveis ao disponibilizarem acesso e permitindo a criação e partilha de conhecimento de todos os tipos, incluindo o conhecimento científico e local, sem barreiras comerciais, tecnológicas ou legais. Assim, defende que, na era digital, a legislação de direitos de autor e de propriedade intelectual deve garantir às bibliotecas públicas a mesma capacidade de adquirir e dar acesso a conteúdos digitais em termos razoáveis como acontece com os recursos físicos.