Esta apresentação, cuja entrada é livre e apenas sujeita às limitações da sala, conta com as intervenções de Júlia Fernandes (CIM Cávado), Silvestre Lacerda (DGLAB), Maria Fernanda Rollo (Univ. Nova FCSH), Carlos Fiolhais (Univ. Coimbra) e Manuela Barreto Nunes (Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, Vilda Verde). A apresentação será transmitida na página de Facebook da CIM Cávado e da Rede Intermunicipal de Bibliotecas de Leitura Pública do Càvado.
Sobre o projeto:
A AquaLibri resulta de um projeto desenvolvido pela Rede Intermunicipal de Bibliotecas de Leitura Pública do Cávado (RIBCA), rede criada em 2018 no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado) e que engloba as bibliotecas municipais de Amares, Barcelos, Braga, Esposende e Vila Verde, bem como o município de Terras de Bouro.
Esta biblioteca digital foi financiada pelo programa PADES, da Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB) e tem por objetivo disponibilizar, em suporte digital e em acesso livre, a documentação bibliográfica, visual e multimédia mais relevante da história de cada concelho.
Usando o software DSPACE, parametrizado por uma equipa técnica da Unidade dos Serviços de Documentação e Bibliotecas da Universidade do Minho, a AquaLibri está alojada num servidor da CIM Cávado adquirido especificamente para este efeito e assume-se como a porta local para acesso a muita documentação que ao Minho diz respeito e que a partir de agora fica acessível a partir de qualquer parte do mundo.
Construída utilizando, sempre que possível, um software de reconhecimento ótico de carateres (OCR) que permite a manipulação do texto (pesquisar dentro de cada documento, copiar palavras ou frases, imprimir, etc.) e apresentando documentos descritos por metadados que permitem a sua recuperação através de qualquer motor de busca, como o Google, independentemente do acesso direto à biblioteca, este novo portal de acesso à documentação patrimonial, histórica e científica regional assegura também a preservação digital dos documentos, identificando-os através de descritores únicos de objetos digitais.
Acompanhando a criação da biblioteca digital do Cávado, os profissionais da informação da região usufruiram de uma formação especializada, que lhes irá permitir gerir e desenvolver o projeto que ambiciona constituir-se como o grande repositório de documentação regional, espelhando os municípios do Cávado nas suas várias vertentes, desde a histórica e patrimonial, à natural, geográfica e física, da sociedade e cultura material à cultura imaterial.
A AquaLibri é, além disso, um projeto participativo, que pretende estimular os cidadãos a colaborar enviando imagens, documentos de família e outros recursos de informação para digitalização que contribuirão para retratar a paisagem humana e física da região.
Do lote de recursos bibliográficos e documentais que constituem as coleções iniciais e, para além da migração da Biblioteca Digital do Município de Esposende, muita outra documentação foi entregue a uma empresa especializada para digitalização, nomeadamente:
– Da Biblioteca Municipal Francisco de Sá de Miranda, de Amares, as coleções completas de três jornais locais (“O Amarense”, “Tribuna Livre” e “A Voz da Abadia”), datados de entre finais do século XIX e o século XX, contabilizando no total 1118 números (esta documentação foi emprestada pela Biblioteca Pública de Braga ao Município de Amares para digitalização), reportando-se a restante documentação a algumas obras do Fundo Local com edições esgotadas ou em estado de conservação frágil.
– De Barcelos, uma valiosa coleção de jornais do século XIX, como “O Ecco de Barcellos” (1860), o “Barcellense” (1873), a “Folha da Manhã “(1879) e “O Commercio de Barcellos” (1890) e ainda um conjunto de monografias que integram o valioso espólio da Barceliana, num total de 16800 páginas a serem digitalizadas ;
– Da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, de Braga, as publicações de um fundo especial do Município de Braga: códices e cartas régias, pergaminhos e livros da operação da Photographia Alliança, bem como documentos do fundo especial Lúcio Craveiro da Silva, monografias sobre personalidades e instituições do concelho de Braga, num total de cerca de 285 recursos de informação, entre analíticos e monografias;
– De Esposende, várias coleções de jornais locais, como o “Brisa do Mar”, o “Jornal de Esposende” ou o “Farol de Esposende” e a raríssima “Revista do Minho para o Estudo das Tradições Populares”, dirigida por José da Silva Vieira, editada em Barcelos e Esposende (1885);
– Do Município de Terras de Bouro, diversas monografias do espólio documental do Arquivo Municipal alusivas ao Concelho (entre as quais alguns artigos sobre o Gerês e monografias há muito esgotadas, cedidas pelo antigo diretor da Biblioteca Pública de Braga, Dr. Henrique Barreto Nunes), bem como a coleção completa do extinto jornal “O Geresão”;
– Da Biblioteca Municipal Machado Vilela, de Vila Verde, para além da integração da coleção já digitalizada do periódico oitocentista “Folha de Villa Verde”, a obra completa do patrono, Prof. Álvaro Machado Vilela (um dos fundadores do Direito Internacional em Portugal, professor catedrático da Universidade de Coimbra e juiz dos tribunais Mistos do Egipto), bem como parte da sua biblioteca particular e, ainda, os primeiros 21 anos do jornal “O Vilaverdense” (1955-1976), uma coleção, ainda que incompleta, do mensário “Jornal da Vila de Prado”, gentilmente cedida pela Casa do Povo de Prado, monografias locais e obras do fundo antigo da biblioteca, incluindo uma raríssima edição de 1542 do “De Preparatione ad mortem”, de Erasmo de Roterdão.
Em comum, estas coleções têm a singularidade de se referirem a esta região do Minho, serem raras e valiosas e o seu acesso físico ser difícil pelo que, através da
AQUALIBRI, ficarão acessíveis a todos e passíveis de maior divulgação e estudo.