A International Federation of Library Associations and Institutions
(IFLA) e o Programa Informação para Todos da UNESCO (IFAP)
atualizaram recentemente o Manifesto para as Bibliotecas Públicas,
refletindo as realidades e a atual missão destas instituições.
A
nova versão deste Manifesto defende as bibliotecas como agentes do
desenvolvimento sustentável através da disponibilização de
espaços acessíveis ao público para a troca de informação,
partilha cultural e promoção da participação cívica. Destaca a
sua missão de inclusão, acesso e participação cultural de todos,
com especial atenção aos grupos marginalizados, povos indígenas e
pessoas com necessidades especiais, refletindo o papel da biblioteca
pública como facilitadora do acesso, produção, criação e
partilha de conhecimento, incluindo do acesso remoto e digital a
informações e materiais, bem como do acesso a competências e à
conectividade necessários para combater a exclusão.
É
também enfatizado o desenvolvimento e promoção da literacia
digital, dos media e da informação como forma de capacitar
sociedades democráticas e informadas, ao mesmo tempo que reafirma as
bibliotecas como sustentação de sociedades do conhecimento
saudáveis ao disponibilizarem acesso e permitirem a criação e
partilha de conhecimento de todos os tipos, incluindo o conhecimento
científico e local, sem barreiras comerciais, tecnológicas ou
legais.
É
neste contexto que as bibliotecas públicas, como instituições do
conhecimento e da informação, democráticas e próximas,
desempenham um papel fundamental na promoção da literacia
financeira, contribuindo para o aumento do nível de conhecimentos
financeiros da população e promovendo a adoção de comportamentos
financeiros adequados.
Como tal, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e os
supervisores financeiros (Banco de Portugal, Autoridade de Supervisão
de Seguros e Fundos de Pensões e Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários) celebraram, no dia 16 de setembro de 2022, um protocolo
de cooperação para a promoção da literacia financeira através
das bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), no
âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira.
Ao
abrigo deste protocolo, prevê-se a realização de ações de
sensibilização para a importância da literacia financeira,
dirigidas aos profissionais das bibliotecas, e a promoção de
projetos de literacia financeira através das bibliotecas da RNBP,
para todos os públicos, com especial incidência nos mais
vulneráveis. Estas iniciativas visam melhorar conhecimentos
financeiros fundamentais para a vida quotidiana, sensibilizar para
atitudes e comportamentos adequados e criar hábitos de poupança,
promovendo a resiliência financeira dos cidadãos.
A
cerimónia de assinatura decorreu nas instalações da DGLAB, em
Lisboa, e contou com a presença do seu Diretor-Geral, Silvestre
Lacerda, da Presidente da Comissão de Coordenação do Plano
Nacional de Formação Financeira e representante do Banco de
Portugal, Lúcia Leitão, do representante da Autoridade de
Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Eduardo Pereira, e da
representante da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Maria
Igreja.