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Procura Avançada
Acessibilidade e inclusão de mãos dadas também nas bibliotecas públicas - parte 1


A acessibilidade e a inclusão de mãos dadas também nas bibliotecas!

Por consideramos fundamental a atenção que as bibliotecas públicas devem dar à acessibilidade (espaços, conteúdos e serviços) de forma a poderem cumprir uma das suas mais nobres missões que passa por serem instituições, não só promotoras da inclusão mas, elas próprias, serem inclusivas, garantindo que TODOS, incluindo as pessoas com deficiências físicas ou cognitivas, têm acesso às mesmas oportunidades, deixamos algumas considerações e exemplos de práticas que pretendem ajudar nesta caminhada que é de todos para NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS.

Quanto à acessibilidade dos espaços, e indo além dos critérios e requisitos genéricos de acessibilidade universal, sem prejuízo do cumprimento das normas nacionais de acessibilidade em vigor para os espaços públicos, há algumas características do mobiliário que devem ser tidas em conta ao equipar uma biblioteca, como a ergonomia, a referência ao solo (facilitando a deteção de obstáculos na circulação), o contraste cromático entre o mobiliário e o ambiente (por exemplo, mobiliário em cores vivas, pisos e paredes de cores neutras), a altura acessível a crianças e pessoas em cadeiras de rodas (estantes, balcões, cabides), a distância para circulação entre as peças do mobiliário, evitando ocupar zonas mais estreitas nomeadamente as zonas de circulação e, por último mas não menos importante, uma especial atenção que deverá ser dada à sinalética e que tornará a utilização do espaço mais autónoma para todos.

Partilhamos alguns bons exemplos destas práticas implementadas em bibliotecas públicas portuguesas mas também outras experiências que consideramos relevantes, não podendo deixar de relembrar a distinção atribuida pela Acesso Cultura à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva que este foi a vencedora da categoria «Acesso Físico» do Prémio Acesso Cultura 2021:

"O juri distinguiu o trabalho desenvolvido que considerou promover a autonomia e equidade de utilização do equipamento através da "adaptação do espaço físico, tendo como exemplos: rampas, faixas de aproximação, balcão rebaixado, WC acessível e sinalética acessível. Na chegada à Biblioteca, os visitantes têm à sua disposição materiais em braille, audiolivros, audioguias e outros equipamentos tecnológicos de apoio ao usufruto e utilização. Conjugadas estas medidas, a par com outras (como a disponibilização do website de acordo com as normas de acessibilidade web), a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva apresenta um elevado grau de inclusão na adaptação e optimização do seu espaço. Torna-se evidente a compreensão e compromisso assumido com a diversidade funcional de pessoas com deficiência"

Destacamos também a iniciativa das Bibliotecas Municipais de Valongo da implementação de um sistema do Comunicação Aumentativa e Alternativa, procurando responder a necessidades complexas de comunicação e de orientação no espaço por parte de utilizadores com necessidades especiais (ex.: autismo, deficiência intelectual, idade, ausência de linguagem, ausência de fala, etc.), através de ferramentas criadas no âmbito do projeto ARASAAC - projeto financiado pelo Governo de Aragão (Espanha) e desenvolvido pelo Centro Aragonês de Comunicação Aumentativa e Alternativa, projeto que consta da página de recursos da Direção de Serviço de Biblioteca da DGLAB. Também já divulgado nas nossas redes sociais, o CRID - Centro de Recursos para a Inclusão Digital, disponibiliza recursos facilmente adaptáveis às Bibliotecas Públicas.

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Na Biblioteca Municipal da Covilhã funciona, desde setembro de 2019, um espaço multissensorial que permite estimular os sentidos, através do tato, luz, sons, cores, texturas e aromas. O "Espaço dos Sentidos" consiste num laboratório sensorial de desenvolvimento de atividades didáticas para fomentar a motivação na aprendizagem. Uma ferramenta de diversificação de métodos de trabalho e de abordagens de conteúdos para promover o sucesso educativo das crianças e jovens, no geral, e dos grupos de risco em particular. O espaço está dividido em duas salas, uma para Estimulação Sensorial e outra de Integração Sensorial. Ambas visam explorar os cinco sentidos recorrendo à terapia Snoezelen, no entanto a primeira está direcionada para investigar, criar, partilhar e desenvolver e a outra para promover o relaxamento, o bem-estar e a estimulação sensorial. Reportagem da RTP 1, no Portugal em Direto de 27 de abril 2021.

E porque, nestas tentativas de conseguir responder eficazmente a todos, há coisas básicas para alguns que escapam à maioria, podemos sempre "ir para a rua" perguntar, e perceber junto de quem eventualmente se sente "excluído" dos serviços da biblioteca, que barreiras ainda é necessário derrubar para que os nossos espaços, serviços e conteúdos sejam cada vez mais inclusivos e acessíveis!
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Não deixe também de consultar a nossa notícia sobre acessibilidade e inclusão-2

Sobre o tema em destaque, e na oportunidade, deixamos os links:
Resolução do Conselho de Ministros n.º 119/2021 (Diário da República n.º 169/2021, Série I de 2021-08-31) que aprova a Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025 (ENIPD 2021-2025);
Guia de servicios de bibliotecas para personas con dislexia 2014 (IFLA);
Guia de Acessibilidade para as Bibliotecas de Malmo (Suécia), 2019;
Checklist da IFLA para Acessibilidade nas bibliotecas (2005); 
Brochura da LSN, IFLA;
Atualizado em 14-09-2021 | RD

05-08-2021 | RD    
    
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Última Actualização em: 22-12-2024