ESPAÇOS ENCERRADOS, SERVIÇOS REINVENTADOS
A Direção de Serviços de Bibliotecas (DSB) da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) procedeu, entre 3 e 9 de fevereiro de 2021, à recolha de informação junto das bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) sobre o atual funcionamento dos serviços disponibilizados ao público, atendendo a que estes espaços se encontram encerrados por força do Estado de Emergência: "Espaços Encerrados, Serviços Reinventados".
Foram inquiridos os 239 municípios que integram a RNBP (incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira) com uma taxa de resposta de 72%, correspondente a 173 bibliotecas.
Da análise efetuada, apraz-nos referir que, o facto da quase totalidade das bibliotecas da RNBP que responderam ao questionário estarem efetivamente a disponibilizar serviços às suas comunidades, dissipará qualquer dúvida relativamente à importância destes serviços, bem como a sua valorização junto das comunidades, cuja pressão para continuarem a beneficiar de serviços de biblioteca pública veio demonstrar.
Acreditamos ainda que, o facto de terem sido recolhidas e divulgadas, nomeadamente na página de Facebook da RNBP, as diferentes respostas destas bibliotecas face à pandemia terá igualmente contribuindo para o efeito de escala e replicação das práticas em curso em diferentes municípios, de norte a sul do país, práticas que vieram inspirar e reforçar a necessidade de respostas eficazes. Pese embora se verifique haver uma pequena percentagem de bibliotecas que, ao encerrar o seu espaço, suspendeu todos os seus serviços ao público, conclui-se que a maioria procurou adaptar-se, fazendo um esforço para conseguir responder às necessidades das suas comunidades naquilo que é a sua missão.
Face às conclusões do anterior inquérito de julho passado, caberá ainda uma nota positiva e promissora relativa às respostas das bibliotecas da RNBP revelada no âmbito do repto então lançado:
“No atual contexto em que o digital é assumidamente um meio privilegiado de contacto com a comunidade, as bibliotecas devem também reforçar o seu trabalho no âmbito das Redes Intermunicipais de Bibliotecas, quer através do planeamento e organização conjunta de atividades online, quer na partilha de conteúdos produzidos pelas bibliotecas que integram a Rede.
Face às atuais limitações, e à incerteza quanto a um regresso à rotina de públicos e espaços, importa salientar que as bibliotecas necessitam de diversificar os seus públicos e criar oportunidades alternativas para promover os seus serviços. É imperioso que as bibliotecas estejam atentas aos segmentos da população que não podem frequentar fisicamente as bibliotecas ou que, podendo beneficiar dos seus serviços, ainda não o fazem, por desconhecimento ou preconceitos sobre este serviço público e gratuito. Assim, populações isoladas, com dificuldade de mobilidade, em situação de exclusão ou com necessidade especiais, devem constituir públicos prioritários para as bibliotecas.
Na ausência dos espaços físicos, ou à sua utilização com limitações, e face a uma possível continuidade de isolamento físico, importa reforçar a função das bibliotecas públicas enquanto serviço público de acesso à Informação, acessível à globalidade da população, apostando numa presença digital estruturada, articulada com as entidades locais e serviços descentralizados, interativa e que fomente o contacto e partilha de experiências entre toda a comunidade.” in Relatório de julho 2020.
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